Escrito no buzu - ou - viajando na história das línguas românicas

Sérgio Bezerra


Se tem ladeira e tem buraco
Tem latim vulgar e contato
Entre povos vários, invasões diversas
O léxico mudou, parece às inversas
Pois que a língua latina pronta ficou
Ao fim da idade média e as guerras
Espalharam os sermos e suas sequelas
Romanos cortaram cabeças
Mudaram as regras todas,
As nações ficaram lerdas,
cada uma na sua:
Minha pátria, minha língua
- Que nada!
Germanos, godos, vândalos
Vandalizaram a linguagem
Vieram os árabes, barbarizando a massa
Tarik subiu a colina
Desceu a espada na Ibéria
Já tão bagunçada, nunca foi séria
Comendo quibe e batendo açoite
Açafrão, açougue, açucena, açude, açúcar
Alecrim, alfândega, alfazema, Almodóvar, álcool!!!!
Harém, haxixe, papagaio, sultão,
tambor, xadrez, xarope, xaveco, xerife,
xeque-mate!
Alah!
Meu bom Alah!!!...
Até Jardim tem em nossa terra.
Português tem duas falas
Cada uma de um lado
Como irmãos separados
O oceano no meio, sopa de letras
Jogos de linguagem,
Jogos medievais, barroco,
Português arcaico, romeno, aragonês, catalão
Provençal, sardo, ocitano, espanhol, tudo isso
Foi verdade, cada um por si
O latim veio por todos
Venham a mim as criancinhas
A igreja deu ajuda, rezou, cantou
A peleja foi dura, muita gente queimou.
Azeite, azulejo, chafariz, oxalá: tudo árabe
Fecha essa matraca (diz alguém)
Matraca também é árabe!!!
Matraca??? gira a catraca,
fecha o livro e desce.

Cada povo tem a língua que merece!!!

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